@MASTERSTHESIS{ 2017:1421300331, title = {Preconceito, Opressão e Estratégias de Enfrentamento: Relato de Homens Homossexuais}, year = {2017}, url = "http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4154", abstract = "Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, desenvolvido com o objetivo de compreender as experiências vividas por homens no processo de reconhecimento e revelação da homossexualidade, com foco nos desafios e nas estratégias de enfrentamento. Participaram do estudo nove homens que assumiram sua homossexualidade. A amostra foi recrutada de forma aleatória e por conveniência, por meio da técnica em cadeias denominada snowball sampling ou amostragem em bola de neve. O estudo foi realizado na cidade de Anápolis, Goiás. Para coleta de dados, utilizou-se a entrevista semiestruturada em local escolhido pelo participante. A coleta e a análise dos dados foram realizadas simultaneamente, segundo o preconizado pela Teoria Fundamentada nos Dados. Após a análise, descreveu-se a trajetória dos participantes em relação aos sentimentos e experiências vivenciados no processo de compreensão da própria homossexualidade até a revelação aos familiares e amigos. Todo esse processo tem uma temporalidade e revela diversos sentimentos, percepções, dificuldades pessoais, sociais e enfrentamentos, resultando na construção de uma nova filosofia de vida. As explicações dos participantes sobre a homossexualidade referem-se ao fato de ter estado presente desde o nascimento, sendo, portanto, inata. Os homossexuais percebem-se fora do padrão construído para o sexo masculino, o que causa sofrimentos e conflitos internos. Para o homossexual masculino, este processo de reconhecimento é um caminho solitário e sofrido, pois o preconceito e a discriminação intensificam os conflitos pessoais, a repressão dos desejos e o isolamento social, o que colabora para o adoecimento físico e mental. O abuso sexual infantil, impetrado por parentes, como tios e primos, esteve presente na vida da maioria dos homossexuais na infância e adolescência, mas os pais não foram capazes de identificar as mudanças de comportamentos, o sofrimento emocional e os riscos a que estavam expostos seus filhos diariamente. Para amenizar os inúmeros conflitos que se apresentam neste processo, as estratégias utilizadas foram tentar modificar ou reprimir seus desejos, driblar a desconfiança dos familiares e buscar ajuda na religião para transformação dos desejos homossexuais. O processo de assumir-se para família é descrito como um período permeado por temores de não ser aceito pela família, o que gera isolamento, ansiedade e depressão. Os familiares reagem a esta notícia de forma variada: seus sentimentos transitam de raiva à aceitação. Temem, sobretudo, que o filho sofra violência social, se transforme em travesti e se exponha a infeções sexualmente transmitidas. Já os desafios após a revelação foram enfrentar reclusão domiciliar, expulsão de casa e restrições da convivência com amigos homossexuais. No ambiente social, as consequências envolvem uso abusivo de drogas e álcool, gastos demasiados, perda de amigos, homofobia na escola e no trabalho e afastamento do círculo religioso. Constituíram estratégias de enfrentamento: autoaceitação, superação de sentimentos de ódio e conquista da independência financeira. Os sentimentos que emergiram nos dois processos, o de autocompreensão e assumir-se para família, trouxeram amadurecimento e uma nova filosofia de vida individual. Considera-se que desvelar a experiência dos homossexuais na compreensão de si contribui para que pesquisadores, profissionais de saúde e gestores busquem novos modelos de atenção à saúde para prevenção do adoecimento físico e mental da população LGBT, de forma humanizada, nos três níveis de atenção à saúde.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Atenção à Saúde}, note = {Escola de Ciências Sociais e Saúde::Curso de Enfermagem} }