@MASTERSTHESIS{ 2020:1688918601, title = {As imagens da mulher afro-brasileira em Olhos D'Água, de Conceição Evaristo}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4484", abstract = "Esta pesquisa desenvolve análise do livro Olhos D'Água, de Conceição Evaristo. A leitura dos contos da autora é realizada tendo em vista as representações das imagens relacionadas à mulher afro-brasileira. A pesquisa parte da perspectiva de que Evaristo empreende a descolonização da mulher negra ao situá-la em um espaço discursivo rumo à libertação da herança colonialista. É marca presente na produção da escritora uma postura em que prevalece o resgate do ser social e em que se entrecruzam ou se confundem realidade e ficção, originando o que a autora denominou de "escrevivência". Nesse processo, a autora coloca em evidência, no centro das narrativas, figuras da sociedade que se localizam no gueto, no espaço ignorado e se vinculam a uma cadeia hierárquica social na qual, no topo, está o homem branco e, na sequência, a mulher branca, subsegue o homem negro e, por último, a mulher negra que, ao se diferenciar da branca e do homem, torna-se "o outro do outro", uma subcategoria duplamente subalternizada. Essa categoria de mulher está presente nas discussões, principalmente, no que se refere à busca por direitos e de visibilidade, processo alcançado de forma significativa por personagens como Ana Davenga, Duzu-Querença, Luamanda, Cida, Natalina e Salinda, dentre outras, que assumem autonomia sobre seus corpos, de modo a superar a objetificação do sistema colonial branco, responsável por controlar, animalizar e sexualizar o corpo de mulheres negras. Percebe-se, também, que a consciência emancipadora empreende o questionamento das condições históricas que gestaram a exclusão e a submissão. No estudo, encontra-se sob destaque a conquista da voz e do reconhecimento desse lugar de fala, pois a figura subalternizada encontra autorrealização, o que não ocorre numa sociedade colonialista Desenvolve-se, ainda, leitura da ancestralidade como sendo um palimpsesto da cultura, buscada no cerne da identidade afrodescendente. Isto é, o itinerário literário de Conceição Evaristo refaz o caminho da sua ancestralidade feminina para, assim, (re)construir a identidade de sujeitos afrodiaspóricos. O suporte teórico que dirige as análises reside, principalmente, nas obras de autoras que debatem os conceitos de lugar de fala, feminismo negro, literatura de autoria feminina e a intersecção gênero, etnia e classe social, como Djamila Ribeiro (2019), Luiza Lobo (1993), Grada Kilomba (2019), Gaytri C. Spivak (2010), bell hooks (2019), dentre outros", publisher = {Pontifícia Universidade Católica de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Letras}, note = {Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de Letras} }