@MASTERSTHESIS{ 2008:1827785846, title = {O TRABALHO DOS BAILARINOS PROFISSIONAIS DE UMA COMPANHIA DE DANÇA CONTEMPORÂNEA uma perspectiva psicodinâmica}, year = {2008}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/1984", abstract = "Trata-se de um estudo de caso de caráter descritivo-exploratório com o objetivo geral de investigar o contexto de trabalho de profissionais de uma companhia de dança contemporânea do estado de Goiás com base no discurso dos bailarinos. Os objetivos específicos da pesquisa tratam de: a) conhecer como se configura o contexto de trabalho de bailarinos profissionais da companhia dança contemporânea e colaborar com os estudos das áreas de conhecimento correlatas; b) elaborar formas de intervir no contexto de trabalho dos bailarinos para reduzir suas vivências de sofrimento e conhecer suas possíveis vivências de prazer. A pesquisa abordou as seguintes categorias da psicodinâmica do trabalho: organização do trabalho, condições de trabalho e relações de trabalho, as quais compuseram uma só categoria de análise, denominada de gestão da organização. As demais categorias referem-se às vivências de prazer e sofrimento e estratégias de defesa contra o sofrimento. Utilizaram-se entrevistas semiestruturadas individuais com todos os dez bailarinos da companhia e uma entrevista coletiva com oito participantes. Após transcrição literal, as entrevistas foram analisadas conforme a análise do discurso proposta por Lane (1985). A pesquisa realizada sobre o contexto de trabalho de bailarinos profissionais é pioneira no estado de Goiás. Constatou-se que a gestão da organização abarca características de organização do trabalho, vivências de sofrimento e estratégias de defesa contra o sofrimento característicos de trabalhadores de empresas com gestão da organização semelhante. Em relação à gestão da organização, os poucos níveis hierárquicos e as relações interpessoais, consideradas familiares são informais e permitem uma melhor divisão de trabalho, maior cooperação entre os bailarinos, comprometimento com o aprendizado e o desempenho das técnicas em dança. Os bailarinos relataram não se sentirem insatisfeitos com o trabalho repetitivo pois consideram necessária a repetição dos movimentos nas aulas e ensaios para aprendizado e desenvolvimento da técnica, a fim de estarem aptos a melhor expressarem-se e a comunicarem uma intenção. No entanto, assinalam que a ênfase restrita à técnica não deveria acontecer, pois o trabalho artístico torna-se limitado, gerando vivências de sofrimento que se agravam com a pouca autonomia de que dispõem na concepção das coreografias. A complexidade dos movimentos apresenta um risco constante de acidentes no trabalho, e o índice de machucados é considerado alto. As limitações referem-se à motivação para o trabalho na tentativa de superação dos próprios limites. A distância da família, a rotina intensa de apresentações, o ritmo de trabalho cada vez mais acelerado geram cansaço físico, desgaste emocional e incapacidade de desvencilhamento, das preocupações do trabalho no tempo livre, e nesses casos, a ansiedade predomina em vez da vivência de um estado de sofrimento. Os sujeitos relataram que percebem a exigência de dedicação exclusiva para o trabalho como bailarino, mas reclamam sentirem-se sobrecarregados, pois lhes falta tempo para outras atividades e para dedicarem-se a seus planos pessoais de vida. Eles ainda enfrentam o preconceito em relação ao trabalho de bailarino, pouco reconhecido como profissão, e os homens especialmente encaram o preconceito pois o trabalho é considerado feminino. As estratégias defensivas utilizadas são variadas, tais como a negação e/ou racionalização das dores ou condições físicas desfavoráveis que apontam a necessidade, mesmo que temporária, de afastamento do ambiente de trabalho; cumplicidade entre os bailarinos para obterem a reabilitação; poupar músculos lesionados; dosagem da energia nos ensaios; investimento em tratamentos, tais como fisioterapia e shiatsu; busca do desenvolvimento da consciência corporal; desenvolvimento da paciência, isto é, esperar o tempo de maturação do trabalho chegar com o desenvolvimento das atividades; verbalização das críticas de forma amena para atenuar as fontes de pressão; uso de gracejos em relação ao sofrido futuro quando deverão parar de dançar em razão das limitações do corpo. Ainda assim, o exercício de uma profissão que envolve a arte está relacionado com a história de vida dos bailarinos e é considerado um privilégio, motivo de orgulho, caracterizando uma intensa vivência de prazer. Os bailarinos alegam trabalharem com um conteúdo diferenciado, significativo, pela possibilidade de visualização de beleza, de despertar consciências, de promover uma educação para a vida, de sentirem-se mais inteligentes e capazes, desenvolvendo autoconhecimento. Estarem em cena, nessas condições, e terem o reconhecimento do público é tido como um trabalho gratificante. Os resultados indicam que a diferenciação do trabalho do bailarino pode trazer maiores vivências de prazer, as quais compensam as vivências de sofrimento e de ansiedade.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica de Goiás}, scholl = {Psicologia}, note = {Ciências Humanas} }