@PHDTHESIS{ 2016:1533743143, title = {MITOLOGIA DOS ORIXÁS E UMBANDA: DUAS BACIAS SEMÂNTICAS NA PERSPECTIVA DE DURAND}, year = {2016}, url = "http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3629", abstract = "Com base em alguns conceitos de Gilbert Durand (tópica sociocultural do imaginário, bacia semântica, mitoanálise, regimes diurno e noturno do imaginário), esta tese de doutorado investiga duas tópicas socioculturais do campo religioso, a mitologia dos orixás (africana) e a Umbanda (brasileira), ambas consideradas como bacias semânticas e tipificadas como pertencentes ao regime noturno do imaginário (estando, porém, a Umbanda em fase de transição de regime). No estudo do imaginário de diversos povos, Durand organizou a expressão mitológica em dois regimes diferentes, o regime diurno e o regime noturno, sendo o primeiro o regime das antíteses, do maniqueísmo, do universo dividido em opostos (bem versus mal, trevas versus luz), do homem atormentado, polêmico, dual, dividido em seu psiquismo e que precisa colocar ordem no caos; e o segundo aquele que unifica e sintetiza os opostos do universo, o regime do homem uno e apaziguado consigo mesmo. A grande família dos orixás, com sua unidade temática, seu habitus e ideologia eufemizante, é exemplo do regime noturno, revelando o ethos de um povo psiquicamente apaziguado consigo mesmo, que resolve todos os seus problemas existenciais por meio do oráculo de Ifá mediante oferendas aos orixás, que atendem sempre aos pedidos por felicidade, bem-estar e fortuna. Fruto de criação coletiva oral, memorizada pelos babalaôs e repassada de geração a geração, a mitologia dos orixás é o conjunto das narrativas sobre os orixás, os deuses do povo africano iorubá. Pelo fenômeno mediúnico da possessão, nos cultos os fiéis recebem seus deuses em rituais marcados com sons de tambores, músicas, danças e festas, tradição que chegou ao Brasil com os escravos a partir do século XVI, sincretizando- se com o Catolicismo, como mecanismo para se evitar a discriminação que os negros sofriam dos seus senhores brancos, e dando origem a diversos cultos de matriz africana, dos quais se destacam hoje o Candomblé e a Umbanda. Em nosso trabalho, a mitoanálise dos orixás vem com exposição separada em significante e significado (as duas partes componentes do signo linguístico e dos signos simbólicos), sendo o significante a parte sensível, figurativa, concreta e imagética, com as narrativas e seus contextos (personagens, enredo, ação, tempo, espaço); já o significado é o aspecto temático, abstrato, com algumas abordagens de interpretação: antropológica, histórica, social, psicanalítica e arquetípica. Filha dessa bacia semântica, a Umbanda, religião brasileira, nascida já em tempos modernos, no século XX, é fruto da síntese entre esses cultos de matriz africana, Catolicismo, Kardecismo e ritos indígenas nativos, criando ainda mitos recentes de acordo com a realidade brasileira. A Umbanda herdou muitos dos traços da bacia-mãe, sendo o mais marcante a prática de consultas em sessões mediúnicas, com médiuns incorporados por entidades espirituais, que, à semelhança dos oráculos dos orixás, atendem as pessoas em suas dificuldades existenciais, resolvendo magicamente todos os problemas que se apresentem. Assim, constituindo um discurso de legitimação e aceitação social, a Umbanda segue princípios morais, pratica o bem e faz caridade, como indicam os preceitos cristãos, sendo essa a sua feição atual.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências da Religião}, note = {Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de Teologia} }