@PHDTHESIS{ 2021:473384136, title = {Sem terrinhas e a educação como movimento de luta: campo científico e a produção do conhecimento sobre projetos educativos}, year = {2021}, url = "http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4763", abstract = "Esta tese tem como objeto de estudo o confronto ou espaço de luta político-educacional que se configura entre o projeto educativo (escolarização) proposto pelo Estado brasileiro e aquele defendido e encabeçado pelo MST, que é formativo e político, tendo como foco a educação infantil no campo para os "sem terrinhas". Discussões que obrigam a tese a caminhar pelo espectro científico da Sociologia da Infância, procurando analisar comparativamente as propostas de educação infantil do campo, entre o MS e o Estado brasileiro. Assim, o problema de pesquisa enunciado é: Que aspectos configuram a produção do campo científico nos estudos sobre a relação MST e Infância e sua correlação com as forças sociais, políticas e econômicas que demarcam a disputa hegemônica de projetos educativos entre sociedade civil e governo? Problema que trás à discussão o próprio processo educativo infantil, mas sem a pretensão de compreender como as crianças aprendem, mas sim entendê-las como seres sociais, históricos e forjados à luta política, tendo a análise dos projetos educativos do Estado brasileiro e do MST como substratos. Intuito que trás Pierre Bourdieu e suas categorias de análise, bem como perspectiva educacional, ao debate. Com base nesses aspectos, a pesquisa teve como objetivos: analisar os processos de luta/disputa entre o projeto de educação do MST e o projeto de educação estatal dominante; compreender o processo de disputas hegemônicas dentro dos princípios pedagógicos do MST; revelar as tensões nascidas do confronto desses dois projetos; problematizar a ciência moderna, ocidental e capitalista como espaço de composição da arbitrariedade cultural pela reprodução de relações assimétricas de acesso ao conhecimento. Esse tema e debates surgiram em decorrência da celebração dos trinta anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, peça legislativa dos anos 1990 e que marca uma mudança significativa na forma de se perceber esses entes societários. Esse estudo previa a realização de um trabalho qualitativo com coleta de dados e escuta dos sujeitos no assentamento rural, mas por conta da necessidade do isolamento em decorrência do Corona Vírus optou-se por realizar uma pesquisa tipo bibliográfica em três fontes de pesquisa: Teses e dissertações, GT da ANPED e Revista Brasileira de Educação. Ademais realizou-se também uma pesquisa documental nas legislações e documentos do Estado brasileiro acerca da educação infantil do campo e do MST e sua proposta de educação infantil, entre estas destacam-se: Cadernos de Educação, Boletins da Educação, Coleção "Fazendo Escola", Coleção "Plantando Cirandas". Esta tese apresenta como princípios metodológicos o materialismo histórico-dialético, partindo de noções como contradição, movimento, dialética e conflito. Para compor essa análise, o texto foi dividido em quatro partes. Na primeira, foram expostas as fontes de pesquisa tabulkadas, entre estas temos dissertações, teses e artigos da ANPEd e da Revista Brasileira de Educação. Essa exposição foi fundamentada em discussões de Pierre Bourdieu e categorias como habitus, distinção, poder, em conjunto com outros autores que foram por ele citados e/ou que respaldam essas discussões. A partir desses aspectos foi discutida a própria concepção de ciência e seu papel social, bem como o intelectual, como "intelectual orgânico". Na segunda, apareceram as concepções de criança e infância a partir de discussões desenvolvidas na Sociologia da Infância. Com base nesses elementos, tal estrato social passa ser considerado como sujeito social, histórico, político e cultural, que tem na educação mais do que um instrumento de socialização passiva. Há, na verdade, uma reprodução interpretativa, conceito que entende que a criança recebe da escola e dos espaços educativos a aprendizagem da vida social, mas essa recepção é ativa e baseada na leitura de mundo dessa criança, ou seja, ela reinterpreta o que recebe a partir de suas vivências e experiências. Já no terceiro capítulo, aparece o projeto educativo do Estado brasileiro, onde se discute esse Estado como capitalista, o que fundamenta, ao mesmo tempo, o projeto educativo governamental para a criança do campo. E na última parte, o projeto educativo do MST torna-se protagonista. Aparece a educação infantil do MST com saberes diversos e complementares, que tem na terra espaço integrado à vida humana e lugar que confere sentido a sua existência. O conhecimento, nessa perspectiva, é interconhecimento, libertador, construído para a luta política. Significa, ao mesmo tempo, ferramenta de resistência política e epistemológica que garante justiça cognitiva, o que resulta em um projeto societário contra hegemônico e de luta em oposição a qualquer forma de exclusão oriunda do capitalismo, que mais contemporaneamente pode-se chamar de globalização neoliberal. Tal subdivisão de capítulos se fundamentou nos objetivos dessa tese, assim como em sua problemática central. Como resultado, levantaram-se uma série de discussões, temáticas, conceitos e vozes que emanam dos cientistas sociais, educadores e das próprias crianças em suas falas, músicas e brincadeiras. Levantar essas "falas" significou entender as crianças como sujeitos históricos, sociais, políticos e culturais que tem no confronto das propostas de educação infantil do Estado brasileiro e do MST o espaço de debates", publisher = {Pontifícia Universidade Católica de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação}, note = {Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de Pedagogia} }