@MASTERSTHESIS{ 2020:1117534562, title = {A vivência do HIV no contexto de relacionamentos estáveis : interpretação descritiva}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4780", abstract = "Trata-se de um estudo descritivo e interpretativo, desenvolvido em um serviço de referência municipal no atendimento de HIV/Aids, da região metropolitana de Goiânia, Goiás. O estudo teve como objetivo compreender a vivência do HIV com ênfase no enfrentamento do processo diagnóstico e das demandas de cuidados em saúde no contexto de relacionamentos estáveis. Participaram 20 pessoas: 17 soropositivas para o HIV e três parcerias (duas soronegativas e uma soropositiva). Por meio da análise temática interpretativa foram identificados três núcleos temáticos: o processo diagnóstico do HIV; enfrentamento do HIV no contexto socioafetivo e sexual; práticas preventivas e terapêuticas. O processo diagnóstico do HIV foi marcado por fatores determinantes para a busca do serviço de saúde após a vivência de sintomas, exames de rotina e confirmação da contaminação pela parceria. O HIV, antes do diagnóstico, era percebido como algo distante da realidade. Os participantes identificaram possíveis causas de contaminação pelo vírus: relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de materiais perfurocortantes, transfusão de sangue e acidentes com material biológico. Receber o diagnóstico foi descrito como um caminho solitário, marcado por sentimentos de negação, sofrimento e isolamento, que trouxe para a vida dessas pessoas demandas terapêuticas e sociais complexas, bem como a necessidade de readaptação às atividades de vida diária, modificações nos hábitos alimentares e sexuais e adesão à terapêutica medicamentosa. A decisão de revelar ou omitir o diagnóstico da parceria e dos familiares foi o primeiro passo no enfrentamento do HIV no contexto socioafetivo e sexual. Alguns, por medo da exposição e do julgamento, preferiram omitir o diagnóstico. A maioria mencionou mudanças no comportamento sexual pela necessidade do uso de métodos preventivos e convivência com o risco de transmissão e insegurança no relacionamento. Houve dificuldade para dar continuidade à vida sexual, principalmente por déficit de conhecimento sobre os métodos preventivos e falta de comunicação com os profissionais de saúde. A incorporação dos métodos terapêuticos e preventivos tornou-se fundamental para reabilitação diante do HIV. Os medicamentos antirretrovirais foram descritos como essenciais para manutenção da saúde e qualidade de vida, apesar dos efeitos colaterais. Verificou-se que o uso do preservativo antes do diagnóstico do HIV era um desafio, pois havia confiança na parceria estável, e, após o diagnóstico, resistência para utilizá-lo. Poucos participantes conheciam as profilaxias pré e pósexposição ao HIV, entre eles, os dois casais sorodiscordantes. Verificou-se que a descoberta do HIV traz consigo mudanças e adaptações necessárias para manutenção da vida, sendo grande a responsabilidade dos serviços de saúde em oferecer suporte para esse enfrentamento. A sexualidade ainda é abordada de modo superficial por profissionais de saúde e focada essencialmente na doença, sem levar em consideração a qualidade da vida sexual da pessoa que vive com HIV, tampouco o gerenciamento de risco diante dessa enfermidade crônica. Na vivência com o HIV, o maior desafio é lidar com o preconceito, julgamento e estigma que tanto expõem essas pessoas à vulnerabilidade física e social", publisher = {Pontifícia Universidade Católica de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Atenção à Saúde}, note = {Escola de Ciências Sociais e da Saúde} }