@MASTERSTHESIS{ 2006:247657838, title = {INFÂNCIA E ESPAÇO URBANO Significados e sentidos de morar em posse urbana para crianças com idade entre sete e onze anos}, year = {2006}, url = "http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3569", abstract = "A presente pesquisa tem como objeto de estudo os significados e sentidos de morar na posse urbana para crianças das camadas populares. O significado é concebido como a dimensão mais estável da palavra, a síntese da comunicação e do pensamento. Por meio dele, explicita-se a vinculação do indivíduo com seu grupo social. O sentido é a dimensão mais singular do sujeito, composto por afetos e memórias, aspirações e projetos. Por meio desses dois conceitos, a psicologia social crítica tem buscado estudar o individuo na intersecção com sociedades e grupos. Para mapear os significados e os sentidos de morar na posse urbana para crianças, optou-se por adotar, como informantes privilegiadas, crianças com idade entre sete e onze anos, residentes em uma posse urbana em Goiânia- GO. Os procedimentos adotados para ter acesso ao que as crianças pensam e sentem em relação àquele espaço social que habitam consistiram em triangulação de procedimentos, com levantamentos de informações sócio-demográficas, obtidas em documentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de órgãos da Prefeitura Municipal de Goiânia. Com tais informações buscou-se identificar o contexto histórico-social no qual estão inseridas tais crianças. Também trabalhou-se com entrevista estruturada, registros fotográficos, grupo focal, além de registros em diário de campo, seguindo o modelo de pesquisa etnográfica. Foram entrevistadas cinqüenta crianças, dentre as quais foram escolhidas cinco delas para participarem da entrevista em grupo, segundo algumas respostas à entrevista estruturada. Morar na vila para as crianças possui duplo significado. De um lado, está associado a relações caracterizadas pelo parentesco, vizinhança a amizade. A brincadeira surge, nesse contexto, como forma privilegiada de atividade por parte delas, reforçando as relações triplamente qualificadas (parentesco-vizinhança-amizade) e como veículo de um conjunto de afetos que permeiam a dinâmica dessas relações. De outro lado, morar na vila significa conviver com o perigo, aventurar-se no vaivém entre os espaços de segurança e insegurança, e conviver em meio a um contexto que exige silenciar sobre ele, e muitas vezes, ser afetado pela visão da barbárie. Os sentidos do lugar social que as crianças ocupam também se configuram no tensionamento entre duas formas antagônicas que se objetivam-subjetivam na vida social. De um lado, as crianças sentem o carinho e a proteção existente nas relações significativas, com a família extensa que reside no local, com os amigos, parentes e vizinhos, o que dá à criança um sentido de pertencimento a ela: “eu sou daqui”. Der outro lado, quando, no pêndulo entre esses dois pólos, prevalece o sentido do trágico, a vila passa a configurar-se como um lugar de repulsa e recusa, o que produz o desejo de buscar outro lugar. Esse outro lugar é a utopia que a criança elabora no processo de temporalização e subjetivação do espaço. Tais significados e sentidos são expressões da dialética exclusão-inclusão social.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia}, note = {Escola de Ciências Sociais e Saúde::Curso de Psicologia} }